[EN] SYNOPSIS
A man writes letters during the pandemic. He spends his days in a grove that grew in the ruins of an old factory. As he recalls childhood he reflects on the transformations the city went through, the asepsis and control that grew.
The break allowed him to discover a wide variety of plant and animal life near his home. At the heart of the grove among autochthonous, exotic and invasive plants that live together and new birds that arrive every day he makes the most unlikely discoveries, develops new ecological theories, and reflects on the future.
During the pandemic we decided to write letters to each other. Most of the letters were about the asepsis and control growing in our city, the eradication of pigeons, the rage against exotic and invasive plants and the cult of native plants.
We decided to make a film about these themes and to film it all around Lisbon. During the lockdown, we were unable to circulate around the city and we decided to explore a small and wild forest very close to our house that had grown up among the ruins of an old factory. When we entered there we discovered a wonderful world next to the house that we had not known about. For a year we visited that place regularly. We found out in that grove a place of refuge for people and birds, a place where people do witchcraft, where horses graze, people organize parties etc, etc.
In this place we found a pond of clean water where birds drink and bathe and a large oil spill left there when the factory was demolished and where every day we found birds drowning in oil. To this place closed by the walls of the old factory and surrounded by two train lines where a small forest grew we called The Pond. This place seemed perfect to us for filming these suspended times.
This is also a suspended place. The factory that used to be there was demolished because the new bridge over the Tagus River was to be built there.However, the bridge was not built yet and in this empty and closed place, little by little a forest grew.
This place is a true third landscape as defined by landscape architect Gilles Clement: the abandoned and uncontrolled place that proves that life is born in the most unpredictable places, a place with an ecological diversity far superior to that of more domesticated places.
We didn't want to film this place as a wasteland but in the same way that "true nature" is usually filmed. In "true nature" only native plants are normally included. The concepts of native, exotic and invasive plants seemed to us to be good to reflect on our times. While talking about plants and birds we wanted to describe what is happening with our societies.
We did a botanical survey and observed and concluded that the invasive plants were pioneers and where the ones creating conditions for the native plants that are now appearing everywhere in The Pond. The movie ended up being about this ecosystem.
We are a photographer and a landscape architect and it was at the crossroads of these two disciplines that the film was born. This movie was made with a small team, called Fogo Posto, of which we are also a part, which is based very close to the place where the film was shot.
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CREDITS
Lenght: 13´30´´
Support: DCP
Format: HD - 16:9 - Color
Language: English
Date realese: 2022
Director:
Manuel Bivar & Lana Almeida
Editor:
Rita Brás, Manuel Bivar & Lana Almeida
Photography:
Lana Almeida & Manuel Bivar
Sound Design:
Lana Almeida & Manuel Bivar
Post-production Sound Engeneer:
José Moz Carrapa
Post-Production Colorist:
Paulo Américo
Producer:
Inês Abreu
Poster:
Daniela Rodrigues
WebDesign:
Pedro Queirós
Production:
Fogo Posto Associação
Sponsorship:
Câmara Munícipal de Lisboa &
Direcção Geral das Artes
[PT] SINOPSE
Um homem escreve uma carta durante a pandemia. Passa os seus dias numa mata que cresceu sobre as ruínas de uma antiga fábrica. Ao recordar a infância, reflecte sobre as transformações por que passou a cidade, a assepsia e o aumento das medidas de controlo.
A pausa permitiu-lhe descobrir uma grande variedade de vida vegetal e animal perto de sua casa. No coração da mata, entre plantas autóctones, exóticas e invasoras que co-habitam, onde novas aves chegam todos os dias, faz descobertas improváveis, desenvolve novas teorias ecológicas e reflecte sobre o futuro.
Uma carta escrita durante a pandemia que descrevia, por exemplo, o processo de erradicação dos pombos, a raiva dedicada às plantas exóticas e invasoras e o culto das plantas nativas, foi o nosso ponto de partida.
Decidimos fazer um filme sobre estes temas e filmá-lo em toda Lisboa. Durante o encerramento, não conseguimos circular pela cidade e decidimos explorar uma mata pequena e selvagem, muito próxima de nossa casa. Quando lá entrámos, descobrimos um mundo maravilhoso que desconhecíamos. Durante um ano visitámos regularmente aquele lugar. Descobrimos naquela mata um lugar de refúgio para humanos e pássaros, um lugar onde pessoas faziam bruxaria, onde os cavalos pastavam e festas eram organizadas.
Neste lugar, encontrámos uma charca de água límpida e uma charca contaminada. Na primeira, aves bebericavam e banhavam-se. Na segunda, todos os dias encontrámos aves afogadas num óleo pastoso e negro. Este óleo derramou-se quando a fábrica foi demolida. A este lugar delimitado pelas paredes da antiga fábrica e rodeado por duas linhas de comboio, onde uma mata crescia, chamámos The Pond. Este lugar pareceu-nos certeiro para filmar tempos em suspensão.
Este é também um espaço suspenso. A fábrica que costumava estar ali foi demolida porque a nova ponte sobre o rio Tejo iria atravessar aquele lugar. No entanto, a ponte ainda não foi construída e neste lugar vazio e fechado, pouco a pouco, foi crescendo vegetação.
Esta mata é uma verdadeira terceira paisagem, tal como definida pelo arquitecto paisagista Gilles Clement: um lugar abandonado e descontrolado que prova que a vida nasce nos lugares mais imprevisíveis; um lugar com uma diversidade ecológica muito superior à dos lugares domesticados.
Não queríamos filmar este lugar como um território baldio, mas da mesma forma que a "verdadeira natureza" é geralmente representada. Na "verdadeira natureza" apenas as plantas nativas costumam ser incluídas. Os conceitos de plantas nativas, exóticas e invasoras pareceram-nos úteis para reflectir sobre os nossos tempos. Enquanto falávamos de plantas e aves, queríamos descrever o que acontecia com as nossas sociedades.
Fizemos um levantamento botânico e, ao observar a mata, concluímos que o crescimento das plantas invasoras foi pioneiro e que foram elas que criaram as condições para o surgimento das plantas nativas que habitam agora The Pond. O filme acabou por ser sobre este ecossistema.
Somos fotógrafos e paisagistas e foi na encruzilhada destas duas disciplinas que o filme nasceu. Este filme foi feito com uma pequena equipa que faz essencialmente parte da produtora Fogo Posto, que se situa muito perto do local onde o filme foi rodado.
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Decidimos fazer um filme sobre estes temas e filmá-lo em toda Lisboa. Durante o encerramento, não conseguimos circular pela cidade e decidimos explorar uma mata pequena e selvagem, muito próxima de nossa casa. Quando lá entrámos, descobrimos um mundo maravilhoso que desconhecíamos. Durante um ano visitámos regularmente aquele lugar. Descobrimos naquela mata um lugar de refúgio para humanos e pássaros, um lugar onde pessoas faziam bruxaria, onde os cavalos pastavam e festas eram organizadas.
Neste lugar, encontrámos uma charca de água límpida e uma charca contaminada. Na primeira, aves bebericavam e banhavam-se. Na segunda, todos os dias encontrámos aves afogadas num óleo pastoso e negro. Este óleo derramou-se quando a fábrica foi demolida. A este lugar delimitado pelas paredes da antiga fábrica e rodeado por duas linhas de comboio, onde uma mata crescia, chamámos The Pond. Este lugar pareceu-nos certeiro para filmar tempos em suspensão.
Este é também um espaço suspenso. A fábrica que costumava estar ali foi demolida porque a nova ponte sobre o rio Tejo iria atravessar aquele lugar. No entanto, a ponte ainda não foi construída e neste lugar vazio e fechado, pouco a pouco, foi crescendo vegetação.
Esta mata é uma verdadeira terceira paisagem, tal como definida pelo arquitecto paisagista Gilles Clement: um lugar abandonado e descontrolado que prova que a vida nasce nos lugares mais imprevisíveis; um lugar com uma diversidade ecológica muito superior à dos lugares domesticados.
Não queríamos filmar este lugar como um território baldio, mas da mesma forma que a "verdadeira natureza" é geralmente representada. Na "verdadeira natureza" apenas as plantas nativas costumam ser incluídas. Os conceitos de plantas nativas, exóticas e invasoras pareceram-nos úteis para reflectir sobre os nossos tempos. Enquanto falávamos de plantas e aves, queríamos descrever o que acontecia com as nossas sociedades.
Fizemos um levantamento botânico e, ao observar a mata, concluímos que o crescimento das plantas invasoras foi pioneiro e que foram elas que criaram as condições para o surgimento das plantas nativas que habitam agora The Pond. O filme acabou por ser sobre este ecossistema.
Somos fotógrafos e paisagistas e foi na encruzilhada destas duas disciplinas que o filme nasceu. Este filme foi feito com uma pequena equipa que faz essencialmente parte da produtora Fogo Posto, que se situa muito perto do local onde o filme foi rodado.
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FICHA TÉCNICA
Duração: 13´30´´
Suporte: DCP
Formato: HD - 16:9 - Cor
Língua: Inglês
Data de lançamento: 2022
Realização:
Manuel Bivar e Lana Almeida
Montagem:
Rita Brás, Manuel Bivar e Lana Almeida
Fotografia:
Lana Almeida e Manuel Bivar
Design de Som:
Lana Almeida e Manuel Bivar
Pós-produção de som:
José Moz Carrapa
Correcção de cor:
Paulo Américo
Produtora:
Inês Abreu
Cartaz:
Daniela Rodrigues
WebDesign:
Pedro Queirós
Produção:
Fogo Posto Associação
Apoio financeiro:
Câmara Munícipal de Lisboa e
Direcção Geral das Artes